O BARQUITO
DE PAPEL
P’RÓ
GRANDE MAR FOI NAVEGANDO
Os lagos, lá do céu,
as suas portas abriram,
E as águas, sobre as
montanhas da terra caíram,
P’ra espanto das
gentes, que no vale, por lá moravam...
E as águas furiosas,
lamacentas, à sua frente tudo levaram,
E das poucas coisas
e pessoas, que lá nas aldeias ficaram,
Por todas as suas
desgraças... tristemente elas choravam.
Mas depois, os anjos
lá do céu, manhã cedo acordaram,
E a correr, de
espantados, logo as portas dos lagos fecharam,
P’ra descanso das gentes
cá do vale, que estavam desesperando...
E o sol, preguiçoso,
por entre as nuvens pretas espreitou,
E aos poucos, a
esperança p’rás gentes de novo voltou,
Mas sempre
continuando a olhar p’ró céu... e rezando.
E a criancinha junto
à poça de água os joelhitos pôs no chão,
E com a alegria e
inocência do seu pequenino e meigo coração,
Olha o barquito de
papel, que na água lamacenta lá iria navegar...
E os olhitos de tão
grandes se abriram... para o barquito olhando,
Quem sabe se talvez,
que no seu pequenino coração pensando,
Que ele levaria as
suas doces ilusões, lá p’ra longe...
p’ró meio do grande
mar.
(J. Carlos – Abril.
2009)
Livro 2 (Silêncios…
da Minha Alma)
imagem da net
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