“Al-Hain“-“Alham”-“Olham”
Olhão da Restauração
CAMINHANDO… pelas ruelas
Caminho
devagar pelas ruelas apertadas,
Por
entre as cúbicas casas de branco pintadas,
Já
sem a roupa pendurada nas açoteias, a enfeitar…
Com
portas e janelas bem fechadas,
Dando
a ideia de já não estarem habitadas,
Pelos
donos… que foram, p’ra outros lados morar.
Saudosos
por as suas tropas terem sido de lá afastadas,
Pelas
gentes simples que estavam a morar…
Todos
eles, gente pobre de simples mariscadores,
Outros
vivendo da pesca, também simples pescadores,
Que
depois, ao Brasil, a boa nova ao rei, foram levar.
Pelos
que estão no mercado a comprar as mariscadas,
Com
que as famílias, ao almoço, se irão deliciar…
Acompanhando
com umas minis cervejinhas,
Nas
cozinhas das casas antigas… tão fresquinhas,
Enquanto
lá fora, o sol e o calor estão mesmo apertar.
…
e como o que era ontem, com o tempo, deixou de ser,
E
os valores já se perderam ficando só a saudade…
Também
as gentes que se vêem estão todas a envelhecer,
E
esta terra já virou…um belo centro da terceira idade.
( J. Carlos – Janeiro. 2020 )
*
https://ensina.rtp.pt/artigo/a-revolta-da-vila-de-olhao-da-restauracao/
Em 16 de
junho de 1808, a população de Olhão revoltava-se contra os
invasores franceses e expulsava-os da
localidade. Alguns partem depois,
num pequeno
barco, para o Brasil com o objetivo de avisar o rei.