terça-feira, 10 de novembro de 2020

Estrada da vida

ESTRADA  DA  VIDA      



Olho a estrada toda bordejada,
De jasmim e camélias e rosas também,
Toda ela bem longa sem fim e sem nada,
Onde não se vê viva alma, nem bicho, ninguém.

Lá longe só se houve as ovelhas balindo,
E o ladrar dos cães nas quintas vazias,
E o meu rosto, sem querer, fica sorrindo,
Lembrando as noites tristes, longas e frias,
Mas dentro de mim ainda sentindo,
As doces caricias do vento que vinha,
Trazendo as poesias que estava ouvindo,
Vindas lá do monte que poeta não tinha.


Então olho a montanha de verde vestida, 
Salpicada de estevas que o vento plantou, 
Que de longe parecia que bem cedo acordou, 
Feliz com as flores que a tornavam florida, 
Trazidas pelo vento dos caminhos da vida. 
E a brisa soprando, o rosto acariciou, 
Deixando o doce cheiro que o nariz inalou, 
Fazendo esquecer o que do passado, 
Nas pedras do caminho lá ficou agarrado, 
Pois nada do que era, no tempo, por cá ficou. 


(J. Carlos – Abril 2014)
imagem da net

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