domingo, 9 de junho de 2019

E a noite do silêncio... num novo dia se tornou

E A NOITE DO SILÊNCIO
... NUM NOVO DIA SE TORNOU  


Era o dia, daquele dia, quando a noite... desse dia, se apoderou,
E o som dos tambores do céu, por esta terra sangrenta ribombou,
Estremecendo as gentes... e as bases das aldeias e montanhas...
E os ais e os gritos longos do medo, se fizeram também ouvir,
E as mãos se ergueram de pranto... o que o medo fez sentir,
Quando esta sua terra, deitou fogo lá de dentro... das entranhas.


E os lagos lá do céu, em torrentes, sobre esta terra se abriram,
E nas vagas alterosas, as suas casas e as gentes se sumiram,
Não mais deixando ver a vida que na terra existia...
E o sol de assustado... atrás da noite negra se escondeu,
E por muito que as gentes lhe pedissem, nunca mais apareceu,
Dando assim força à profecia... que no seu gesto assumia.


E esta terra seca, vazia... por Deus, todo o tempo tão chorada,
De toda a guerra, das espingardas e canhões... ficou purificada,
Deixando de nela existir aquilo, que de mal cá existia...
E o sol... de mansinho... entre as nuvens de novo apareceu,
E junto, com os anjos lá do céu, também ele se enterneceu,
Ao ver esta terra renascida... que de verde, de novo, se vestia.


E o menino e a menina, que os anjos nesta terra protegeram,
De mãos dadas, do seu longo sono acordaram... e apareceram,
Olhando sorridentes para o sol... que também p’ra eles sorria...
E o milagre de novo... nesta terra amada, novamente aconteceu,
Porque toda a vida recriada, agora feliz e sorridente... apareceu,
E com ela, uma nova humanidade... nesta terra renascia.

(J. Carlos – Dezembro. 2008)
Livro 2 (Silêncios… da Minha Alma)
Imagem da Net

... e o filho pequeno acordou, quando o sol estava já nascendo, e olhando para o alto das montanhas viu o céu brilhante e as cores rubras reflectidas na neve dos cumes e não compreendeu aquele brilho e se alarmou gritando para seu pai que era o fim do mundo... mas seu pai, que sendo mais alto e tinha outra visão, respondeu... 
“ Não meu filho, não é o fim do mundo... é a aurora de um novo dia...

(da Fábula do Alto da Montanha – do Livro Ladrão da Noite de William Sears)

2 comentários:

  1. Grande poeta, estimado amigo. Prezo sua presença, sua transmissão do saber! Saudações!

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  2. Estimada Amiga Cida Garcia, o meu agradecimento pela leitura e pela simpatia do seu comentário.
    Feliz... por ter gostado deste meu simples poema.
    Fraterno abraço.

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CAMINHANDO… pelas ruelas