PAPOILAS VERMELHAS
Olhos brilhantes, corpos rastejando
Na terra lamacenta, vermelha, ensanguentada,
Seus corpos trémulos, na noite, e no vazio segurando,
Nas mãos crispadas, o gatilho da espingarda,
Esperando, sozinhos, sem ninguém, sem desejos... só esperando.
Dias longos, gritos na noite escura, a morte procurando...
Quantas tristezas e lamentos, numa amarga sensação,
De homens morrendo, e o seu sangue misturando,
Com a terra, que até ontem, aos homens só lhes dava o pão.
E para quê...? Porque depois, muito tempo depois... tudo acabou.
E tantas luas, tantos sóis, tanta chuva, também por lá passou,
E o arado do lavrador, as sementes a essa terra misturou,
Esquecendo os outros tempos... de morte, de dor e desolação...
E na linda seara, que naquela terra vicejou,
Uma criança, na primavera, docemente, seus joelhos pôs no chão,
E suas ternas mãos, lindas papoilas vermelhas, apanhou.
Vermelhas...
como o sangue, que um qualquer soldado... um dia lá deixou.
(J. Carlos – Abril. 2006)
Livro 1 (O Outro Lado da Minha Alma)
Imagem da Net
... esta é uma triste realidade, uma realidade que "mancha" a beleza e a harmonia deste mundo.
ResponderEliminar... esta é a triste realidade, aquela realidade que o ser humano tem "estupidamente" praticado ao longo de todos os tempos... sempre em continua matança por um pedaço de terra e de bens materiais.
... até quando, até quando!!!
JC