quinta-feira, 11 de julho de 2019

Simplesmente... miséria envergonhada














SIMPLESMENTE
… MISÉRIA ENVERGONHADA



Aproximou-se, com a mão enrugada meio estendida,
No rosto um sorriso triste, esperando a moeda esquecida,
Que possa, nalgum bolso, por lá ter ficado…

Pois que esmola grande… como por cá se diz,
Até leva o pobre a ficar meio desconfiado…
Ainda mais neste recanto com tudo desmantelado,
E que nos deixa a pensar… como vai triste este país.



Do bolso, retirei as poucas moedas que me estão restando,
Pois que este pobre homem, delas, está bem precisando,
Até mais do que eu, que ainda não ando a mendigar…
E penso cá p’ra comigo que, como ele, outros virão,
Pois como vai o país, ou se pede esmola ou se vira ladrão,
Ou se emigra… para a pobreza não ter-se que enfrentar.

… e agora paro no rabiscar desta minha reflexão,
Pois até a caneta, a escrever, se recusa a continuar…
Já que a angústia se apoderou deste meu triste coração,
E a alegria, á muito que neste país, já deixou de cá morar.


(J. Carlos - Maio. 2013)

Sem comentários:

Enviar um comentário

CAMINHANDO… pelas ruelas