quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Ao som... dos protestos

AO SOM... 
DOS PROTESTOS



Resolvi sair p’rá rua, em forma de protesto,
Caminhando comigo próprio, calmamente, a falar,
Mas quase sem dar por isso… e tal coisa até detesto,
Comecei a ficar rodeado por pessoas… a gritar.


Depois, o número das gentes aumentou, e de que maneira,
E o barulho passou da fala, para uma grande barulheira,
Aparecendo logo a seguir, bandeiras e bandeirinhas…
E também alguns políticos das esquerdas, de punho no ar,
E mais outros das direitas, já desengravatados, a gritar,
A que se juntaram os do centro, saltitantes e ás piadinhas.


Só que isto começou a ganhar tal envergadura,
Que logo veio a policia mostrar a musculatura,
Para os manifestantes dispersarem á custa do empurrão…
E eu, pobre velhote, que no meio disto tudo fiquei enredado,
Que só saí á rua p’ra falar… fiquei de tal modo enfadado,
Que fui a correr ver a manifestação, na velha televisão.

E nela… entre gritos, encontrões e pedras atiradas,
Logo apareceram alguns vidros, de montras quebradas,
E alguns protestantes surripiando, aquilo que estava à mão.



(J. Carlos – Julho 2012)
(foto El País)

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CAMINHANDO… pelas ruelas