quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Calaram-se as vozes... lá na aldeia


CALARAM-SE AS VOZES...
lá na aldeia



Já se calaram na aldeia... as vozes dos aldeões,
Começando lá na serra... logo os lobos a uivar,
E pelas ruas vazias... já só andam os ladrões,
Enquanto no meio do sono, as crianças, deixam o sonho voar.


E as corujas vão p’rá torre da igreja... toda a noite lá piando,
Enquanto um cão vadio espreita nos caixotes... procurando,
Por uns restos de pão seco... para a lembrança da fome tirar...
E os meus olhos insones, que se escondem atrás desta vidraça,
Repara naquela figura dum velho, já encurvada, que passa,
Procurando por um canto, onde se possa deitar e descansar.


E nesta noite bem negra, com um frio de rachar...
Em que nem as estrelas, aos pobres, vieram fazer companhia,
Volto p’rá minha cama, bem quente, p’ra este corpo deitar,
Pensando no que a noite negra e triste... afinal cá encobria.


(J. Carlos – Maio 2011)
imagem da net


Sem comentários:

Enviar um comentário

CAMINHANDO… pelas ruelas