OS CAMPOS ESTÃO
SÓZINHOS
... ABANDONADOS
Os
campos estão sozinhos... todos já abandonados,
A
terra quente... gretada... sem ter água para beber,
E
até os homens os deixam... e partem p’ra outros lados,
Sem
deles, que lhes davam pão... quererem afinal saber.
E
vem o fogo, umas vezes lentamente, de mansinho,
Outras
das vezes, com a força doida já do seu embrutecer...
Levando
tudo aquilo que é verde... devagarinho,
Até
queimando as casas pobres... para os pobres empobrecer.
E
a mão malvada do homem, sem ter dó nem piedade,
Lança
o fogo, para ele, tudo à sua volta enegrecer...
Deixando
os pobres... que da chuva sentem saudades,
Ficarem
caídos, chorando, sem mais vontade p’ra viver.
E
os dias passam, e vem a bonança para a alegria lembrar,
E
vem as lágrimas do céu, para a terra de verde se enfeitar,
Tocando
os sinos da aldeia, quando o sol já está para sumir...
E
as gentes ricas e pobres que viram as suas coisas arder,
Vão
p’ra junto da fogueira, alguma pouca coisa comer,
Para
esquecerem a noite, em que o fogo não as deixou dormir.
(J. Carlos - Maio. 2011)
Livro 1 (O Outro Lado da Minha Alma)
(J. Carlos - Maio. 2011)
Livro 1 (O Outro Lado da Minha Alma)
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